O câncer da vesícula biliar é o câncer mais comum do trato biliar, é o 7° mais comum do aparelho digestivo¹. A maioria dos tumores é o adenocarcinoma.
Em 2017 teve uma incidência mundial de 178.101 casos, e no Brasil 4.049 casos².
A incidência aumenta constantemente com a idade, e o pico de incidência acontece na sétima década de vida, 65% dos casos ocorre em pessoas acima de 65 anos.
Tem um comportamento biológico agressivo e em geral são diagnosticados em estádio avançado com prognóstico de sobrevida menor do que 24 meses.
Geralmente apresenta um quadro clínico com cólica biliar, dor difusa e prolongada, icterícia, anorexia e perda de peso³.
Os fatores de riscos são: Colecistopatia crônica calculosa; Vesícula calcificada (vesícula em porcelana); Doença de Chron; Colite ulcerativa; Pólipo de vesícula; Uso de estrógeno; Junção do ducto pancreatobiliar anômalo; Obesidade; Histórico familiar; Sedentarismo³.
Colelitíase com presença de inflamação crônica é o fator de risco mais prevalente, e o risco aumenta com o tamanho do cálculo biliar. A calcificação da parede da vesícula biliar, é o resultado da inflamação crônica, e tem uma estimativa de até 22% de câncer em vesícula de porcelana4.
O diagnóstico geralmente é um achado patológico incidental nos pacientes com colelitíase sintomática submetidos a colecistectomia. O diagnóstico é feito através do estudo anatomopatológico. Exames de imagens podem auxiliar no diagnóstico (ultrassonografia / tomografia / ressonância), assim como marcadores tumorais, como o CEA e o CA19-9 elevados. Em pacientes com proposta de ressecção primária da lesão não existe a necessidade de confirmação histológica antes do procedimento.
A colecistectomia profilática é provavelmente benéfica em pacientes com pólipos de vesícula >1cm e vesícula em porcelana.
O tratamento depende do estágio da doença, inicialmente é cirúrgico: colecistectomia simples no estágio inicial (T1a, N0), e colecistectomia radical com dissecção linfonodal extensa e ressecção do leito tumoral hepático nos casos mais avançados, seguido ou não de quimioterapia adjuvante. Nos casos irressecáveis ou metastáticos está indicado a quimioterapia paliativa associado ou não a imunoterapia, a depender de cada caso.
Abaixo um artigo sobre o manejo no diagnóstico incidental do câncer da vesícula biliar.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31472909/