Esteatose hepática

A esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado, é um acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas, quando mais de 5% destas células estão acometidas. É considerada uma das mais comuns doenças do fígado na atualidade, chegando a acometer de 17 a 46% da população ocidental. Podemos dividir a esteatose hepática em: doença gordurosa alcoólica (quando há abuso de bebida alcoólica), ou doença gordurosa não alcoólica, que pode estar relacionada a diversos fatores; sobrepeso/obesidade, diabetes e resistência insulínica, excesso de colesterol (LDL e triglicerídeo), hepatites virais, medicamentos, e outros. A esteatose também pode ser mista, quando o abuso de álcool e outros fatores de risco estão associados.

A esteatose é uma doença silenciosa, e geralmente não causa sintomas.

O diagnóstico pode ser feito por exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética. A biópsia do fígado pode ser necessária em alguns casos específicos, e ainda é o método padrão-ouro (melhor método) para o diagnóstico de esteatose. Exames de sangue podem sugerir inflamação e fibrose no fígado, e também são necessários para avaliar a função hepática, e para investigação de etiologias (causas) relacionadas a esteatose. A elastografia é um método auxiliar para estimar o grau de fibrose (rigidez) do fígado, e avaliar a presença de cirrose (que é a fibrose máxima e irreversível); mas não é indicado para detectar a presença e o grau de gordura no fígado.

Desde que controlados os fatores que causaram a doença, a esteatose pode permanecer estável em torno de 70 a 80% dos pacientes. Quando a presença de gordura no fígado não é tratada, ela pode evoluir para inflamação, a esteatohepatite. Essa forma da doença tem maior potencial de progressão para cirrose e, em alguns casos, culminar com a necessidade de transplante de fígado. Além disso, a cirrose é um fator de risco para câncer de fígado (carcinoma hepatocelular).

Tanto a esteatose hepática quanto a esteatohepatite, são doenças reversíveis quando diagnosticadas e tratadas corretamente. Para tanto, é necessária avaliação e orientação multidisciplinar, que engloba acompanhamento médico e nutricional. São instituídas medidas para controle de doenças associadas (como diabetes e dislipidemia), orientações dietéticas, incentivo à prática de atividade física regular e perda de peso (quando necessário). O uso de medicamentos está restrito a alguns casos específicos, e deve ser complementar às mudanças dos hábitos e estilo de vida.

 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4836586/

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5577534/figure/tjp12517-fig-0001/