ISQUEMIA COLÔNICA

A isquemia intestinal é causada pela redução do fluxo sanguíneo a um nível insuficiente para o fornecimento de oxigênio e nutrientes necessários para o metabolismo celular.

A isquemia colônica é a forma mais frequente de isquemia intestinal, afetando mais frequentemente os idosos e mais prevalente nas mulheres.

A isquemia grave prolongada causa necrose da camada vilosa, que pode levar ao infarto transmural em 8 a 16 horas. Aproximadamente 15% dos pacientes com isquemia colônica desenvolvem intestino necrótico, cujas consequências podem ser fatais, tornando imperativo o diagnóstico e o tratamento rápidos. A maioria dos casos de isquemia colônica é geralmente transitória e se resolve sem sequelas

A perfusão para o cólon pode ser comprometida por alterações na circulação sistêmica ou por alterações anatômicas ou funcionais na vasculatura mesentérica local. Três mecanismos principais são responsáveis ​​pela isquemia intestinal:

  • Isquemia colônica não oclusiva ou de baixo fluxo sanguíneo: é o mecanismo predominante (95% dos casos). É tipicamente transitória e afeta mais comumente as áreas “divisor de águas” do cólon que têm colateralização limitada, como a flexura esplênica e a junção retossigmóide.
  • Oclusão arterial embólica e trombótica: pode ser devida a êmbolos espontâneos de uma fonte proximal para os vasos mesentéricos, ou os êmbolos podem resultar iatrogenicamente de instrumentação aórtica. Esses pacientes raramente apresentam isquemia colônica sem isquemia concomitante do intestino delgado.
  • Trombose da veiamesentérica: raramente afeta o cólon, quando presente, quase sempre afeta o intestino delgado distal/cólon proximal.

Pacientes com isquemia colônica aguda geralmente apresentam início rápido de dor abdominal leve em cólica e sensibilidade no intestino afetado, mais frequentemente envolvendo o lado esquerdo. Três estágios clínicos foram descritos:

  • Fase hiperativa: logo após a oclusão ou hipoperfusão, a dor intensa predomina com fezes sanguinolentas e soltas. A perda de sangue geralmente é leve.
  • Fase paralítica: a dor geralmente diminui, torna-se mais contínua e difusa. O abdome torna-se mais sensível e distendido sem ruídos intestinais.
  • Fase de choque: líquido maciço, proteína e eletrólitos começam a vazar através de uma mucosa gangrenosa danificada. Desidratação grave com choque e acidose metabólica pode se desenvolver, exigindo intervenção cirúrgica rápida. Felizmente, esta forma mais grave afeta apenas 10 a 20% dos pacientes.

O diagnóstico pode ser feito através de exame tomográfico e colonoscopia.

O tratamento vai depender do grau da isquemia, podendo ser utilizado antibióticos, terapia antitrombótica, intervenção vascular e cirurgia.

Ischemic proctitis after low-dose-rate brachytherapy using hydrogel spacer for prostate cancer

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